Falar em profundidade sobre a distância poderia
consistir numa tarefa muito complexa e morosa, mas é sabido que vários artistas
trabalharam e continuam a trabalhar acerca deste tema. Talvez a construção de
imagens consista num meio tão eficaz como a linguagem para explorar esta ideia.
Refletir sobre a noção de distância, por palavras ou através de imagens, pode servir para compreender o que significa a proximidade e isso implica necessariamente colocar em perspetiva a distância física e a distância emocional.
Refletir sobre a noção de distância, por palavras ou através de imagens, pode servir para compreender o que significa a proximidade e isso implica necessariamente colocar em perspetiva a distância física e a distância emocional.
A minha proposta para a residência artística
que realizei em Salzamt, na cidade austríaca de Linz, nasceu de uma necessidade
de deixar o meu lugar para poder criar mais e melhor. Esta é uma necessidade
que sinto em vários momentos, que sinto esporadicamente, como se de um ímpeto
se tratasse.
"É preciso sair da ilha para ver a ilha, não nos vemos se não saímos de nós" (José Saramago).
"É preciso sair da ilha para ver a ilha, não nos vemos se não saímos de nós" (José Saramago).
Na verdade, não poderia ter concretizado a
viagem à Áustria num momento melhor. Passei o mês de Dezembro em Linz, um
período em que todos se reúnem e em que todos se reencontram, uma época em que
quase todos regressam a suas casas
para passar as férias de Natal e estar em contacto estreito com a família.
Foi nesse contexto, distante de casa, que comecei a questionar a noção de "lar", partindo até do simples facto de ter sido capaz de me sentir “em casa” na casa onde vivi durante aquele mês de inverno.
O que é realmente a nossa casa e o que é que isso significa?
Foi nesse contexto, distante de casa, que comecei a questionar a noção de "lar", partindo até do simples facto de ter sido capaz de me sentir “em casa” na casa onde vivi durante aquele mês de inverno.
O que é realmente a nossa casa e o que é que isso significa?
De onde vem e em que é que consiste a sensação
de “casa” que somos capazes de construir, mesmo em lugares distantes dos nossos
lugares?
My proposal for the artistic residency that I held in Salzamt, in the Austrian city of Linz, was born of a need to leave my place in order to create more and better. This is a need I feel at various moments, which I feel sporadically, as if from an impetus.
"It is necessary to leave the island to see the island, we do not see each other if we do not leave" (José Saramago).
In fact, I could not have made the trip to Austria at a better time. I spent the month of December in Linz, a time when everyone meets and meets everyone, a time when almost everyone returns to their homes to spend Christmas holidays and be in close contact with the family. It was in this context, far from home, that I began to question the notion of ‘home’ starting even from the simple fact that I was able to feel ‘at home’ in the house where I lived during that winter month.
What is really our home and what does it mean?
Where does the sense of ‘home’ that we are able to construct come from, even in places far from our place?
Speaking in depth about distance could be a very complex
and time-consuming task, but it is well known that a number of artists have
worked and continue to work on this subject. Perhaps the construction of images
consists of a medium as effective as language to explore this idea. Reflecting
on the notion of distance, in words or through images, can serve to understand
what proximity means, and this necessarily entails looking at physical distance
and emotional distance.
My proposal for the artistic residency that I held in Salzamt, in the Austrian city of Linz, was born of a need to leave my place in order to create more and better. This is a need I feel at various moments, which I feel sporadically, as if from an impetus.
"It is necessary to leave the island to see the island, we do not see each other if we do not leave" (José Saramago).
In fact, I could not have made the trip to Austria at a better time. I spent the month of December in Linz, a time when everyone meets and meets everyone, a time when almost everyone returns to their homes to spend Christmas holidays and be in close contact with the family. It was in this context, far from home, that I began to question the notion of ‘home’ starting even from the simple fact that I was able to feel ‘at home’ in the house where I lived during that winter month.
What is really our home and what does it mean?
Where does the sense of ‘home’ that we are able to construct come from, even in places far from our place?
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